Gerenciando Projetos Digitais: Definir a melhor estratégia de UX
Desenhar todas as telas ou programar em front-end o mais rápido possível? Prototipar o wireframe de todo o projeto antes de layoutar ou rabiscar o mínimo necessário?
Com certeza essas são dúvidas que todo gerente de projeto que já planejou e gerenciou um projeto digital que envolvia as etapas de User Experience, Design e Programação já teve. Encontrar as melhores respostas para o seu projeto é o que eu particularmente chamo de a Estratégia de UX.
O gerenciamento de projetos digitais que envolvem etapas de Arquitetura de Informação e Design é um desafio tão quanto ao gerenciamento do escopo e do prazo. O retrabalho gerado por causa das aprovações de materiais, retornos de feedbacks de patrocinadores em momentos diferentes aos previstos em cronograma, o caráter subjetivo que uma aprovação estética pode possuir, são variáveis praticamente incontroláveis para um gerente de projetos.
Além disso, hoje em dia, existem milhares de ferramentas e metodologias para se executar um projeto deste tipo, e muitas delas garantindo o mesmo resultado final em relação ao escopo. Então, a definição de uma boa Estratégia de UX durante o planejamento do projeto é cada vez mais importante para que o número de “variáveis incontroláveis” seja cada vez menor, e que tanto escopo, quanto prazo, se mantenham dentro de um controle de execução esperado.
Infelizmente, não existe uma fórmula ou método pronto para definir qual será a melhor estratégia para o seu projeto, e assim como boa parte da gestão de projetos, ela deve ser baseada em boas práticas, na sua experiência e, principalmente, no tipo de projeto que está sendo executado. Normalmente as mesmas estratégias tendem a funcionar para projetos do mesmo tipo com o mesmo perfil de cliente.
Alguns pontos que costumo mapear em meus projetos:
1- Clientes que possuem um perfil mais tradicional nas etapas de aprovação de materiais, ou que terão envolvimento de várias etapas internas de aprovação, provavelmente exigirão o máximo de telas desenhadas para o projeto. Sendo assim, considerar a premissa de que apenas parte das telas do projeto será criada, pode ser um problema futuro quanto a escopo e prazo.
– Para resolver isto, uma boa estratégia passa pela etapa de Arquitetura de Informação, que deve criar o máximo de modelos de páginas possíveis, chamados templates, e tentar adaptar conteúdos e contextos para estes modelos.
2- Projetos de sistemas terão muito uso de formulários e tabelas de dados, devem montar uma estratégia que envolva o menor tempo de Design possível, de preferência na criação apenas de uma tela de referência de componentes.
– Formulários e tabelas são elementos mais fáceis de um Programador Front-End produzir diretamente com base em um Protótipo em Wireframe, ou até mesmo de uma Especificação Funcional que liste os campos necessários.
– Para que os formulários e listas não fiquem com uma estética ou navegação abaixo do desejado, inclua horas de revisão e QA de um profissional de Design no trabalho de Programação executado. Sem dúvida será investida menor quantidade de horas do que se investiria no desenho de todos os formulários, com uma forte tendência do resultado final ser o mesmo.
3- Na etapa de Planejamento, mapeie o entendimento do cliente sobre prototipação e wireframe. De preferência, mostre exemplos de protótipos de alta e baixa fidelidade, e garanta com os pontos de aprovação, o entendimento sobre o material previsto.
– Se não houver garantia de que o material aprovado na etapa de prototipação não é o resultado estético do projeto, tente investir o menor tempo possível nesta etapa (uso de mockups, protótipos em baixa fidelidade), e envolva profissionais mais mistos de UX/Design diretamente na criação de telas.
4- Mapeie desde o início do projeto quais os principais dispositivos que o projeto deve atingir (mobile, tablet, desktop, smart watch..). Preferencialmente, escolha um dispositivo principal para determinar o estilo geral do projeto, e para os demais necessários, crie apenas telas de referência.
– Desenhar todas as telas em todas as resoluções normalmente gera apenas desperdício de tempo e trabalho e não garante que as aprovações sejam mais assertivas.
– Uma boa estratégia, neste caso, é envolver as etapas de programação o mais rápido possível quando o número de resoluções é muito variado. Tecnicamente se torna mais ágil replicar todo um projeto para uma nova resolução, diretamente em etapas de programação, do que em etapas de Design e UX.
Entenda as suas necessidades, compile qual estratégia você irá seguir, e não esqueça de fazer, ao fim do projeto, uma retrospectiva para avaliar se a técnica adotada mapeou corretamente o perfil do cliente, e se o resultado de qualidade, escopo e prazo foi adequado.