O texto que quase não existiu
Eu comecei a escrever esse artigo em setembro de 2023. Isso mesmo, você não leu errado, foi há quase 6 meses atrás. Eu queria falar sobre o mercado publicitário, sobre minha mudança de país, sobre tantos outros assuntos que talvez fizessem mais sentido aqui. Ele tinha outro tema, outro formato, mas não fluía.
Na verdade eu é que não fazia ele andar. Eu fui priorizando o que era urgente e não o que era importante e ele ficou pra trás. Você me pergunta: como assim, por que esse artigo era tão importante? Pois é, vou te contar aqui como eu descobri ou redescobri que preciso escrever.
É muito fácil esquecer do que nos alimenta, do que precisamos fazer para nos realizar. Você com certeza já esqueceu ou às vezes nem identificou ainda o que te move.
Há quem diga que precisamos resgatar o que gostávamos de fazer quando crianças ou adolescentes, na época em que a nossa essência era mais pura. Se eu seguir essa dica, talvez já conclua que registrar ou transmitir informação é algo que pode me realizar. Tenho um caderno de textos e poesias que guardo até hoje e sempre tive diários quando criança. Mas essa era uma entre tantas outras atividades que eu curtia. Precisava de mais confirmações.
Há algumas semanas, estava lendo uma crítica sobre o livro “Como superar seus limites internos”, do Steven Pressfield. Um livro incrível, por sinal, e que apesar do título, não é auto ajuda, está bem longe disso. Nesse livro, o autor fala sobre a “resistência”, que é tudo aquilo que nos afasta do que mais desejamos fazer para satisfazer nossa alma. Essa “resistência” vem fantasiada das mais diversas distrações que você possa imaginar e ela afeta a todos nós, ninguém está imune a ela. Mas ela nos dá esta dica valiosa: provavelmente aquilo ao que você mais resiste e o que você mais posterga é na verdade o que mais te importa.
Pensa bem: aquele curso, aquela viagem, aquele projeto que sempre sonhou, quanto tempo você procrastinou até fazer? E aquela tarefa que pula sem parar de um dia para o outro no seu calendário, assim como o meu artigo? Será que isso não está conectado com o que você precisa fazer para se realizar?
Ainda influenciada pelo Steven Pressfield eu acordei uma madrugada dessas e lembrei deste texto que me propus a redigir há tanto tempo. Se eu adiei por tanto tempo é porque é importantíssimo! E ainda que eu tenha mudado totalmente a minha proposta inicial, acredito que ele possa tocar alguém por aqui. Mas, mais importante que tocar alguém é ele sair de mim e existir, ainda que não tão inspirado e inspirador. Eu apenas sentei e continuei um processo de escrita que começou lá atrás. E venci. A musa veio, mesmo que a intérprete aqui não tenha traduzido tão bem o que ela me soprou.
Já é um começo, ou um novo começo.