Contagem regressiva para 2030

Entramos em 2025 com os olhos voltados para a COP 30, que acontecerá no Brasil, em Belém–PA, no final deste ano, mas também dando uma esticada no olhar mais além, pensando em 2030. Por que 2030? Esta foi a data-limite estabelecida pela ONU para o mundo reverter a degradação socioambiental que vivenciamos atualmente. 

Durante a COP 21, que aconteceu em 2015 em Paris, a ONU propôs um Pacto Global, como forma de evitar o atingimento de um ponto de não retorno em relação ao aquecimento global. Cada um dos 195 países signatários (entre eles, o Brasil) se comprometeu com uma redução expressiva de emissão dos temidos GEE – Gases de Efeito Estufa, que provocam o aquecimento da Terra em níveis alarmantes. O objetivo era evitar um aquecimento acima de 1,5 °C, em relação à era pré-industrial. 

Este limite está fundamentado no risco decorrente de um aumento de temperatura que seja impossível de reverter, comprometendo a vida das futuras gerações. Passados 10 anos, vemos pouco avanço da redução pretendida. Ao contrário, as emissões continuaram crescendo, apesar dos esforços genuínos de muitos países, buscando desenvolver alternativas de energia, diminuindo a dependência de fontes fósseis. 

Em 2024, já atingimos os tais 1,5 °C de aquecimento em diversos momentos e tudo leva a crer que a superação desta marca é inevitável. O resultado disso são os fenômenos climáticos extremos que estamos vivenciando no mundo. Secas severas de um lado, inundações incontroláveis de outro, furacões mais frequentes e temperaturas recordes. 

A busca pela reversão desse processo não pode parar e isso é tarefa de todos nós, e não só dos governos. A tomada de consciência e a adoção de novos hábitos devem começar em cada um de nós e perpassar empresas e instituições. Consumidores mais conscientes e exigentes já analisam a atitude das empresas antes de escolher seus produtos ou serviços. Continuar ignorando essa ameaça é, portanto, um risco de negócios. 

O alinhamento aos princípios ESG é a única forma de garantir sustentabilidade futura ao mundo.

A situação ambiental é crítica, mas a social não fica atrás: a concentração de riqueza só aumenta, com 700 milhões de pessoas passando fome no mundo e, por outro lado, bilionários se tornando trilionários. A incorporação de uma visão ampliada de negócios, pensando no lucro, sim, mas também nas pessoas e no planeta, atuando com consciência, ética e transparência, é a única solução para um mundo mais justo, respeitoso e inclusivo. 

Agradeço a oportunidade que o Mestre GP me dá de compartilhar minhas ideias, abrindo este espaço para uma coluna mensal sobre o capitalismo consciente e a adoção dos princípios ESG. Espero contribuir para mudanças efetivas que nos permitam chegar em 2030 com a esperança de um mundo melhor.

 


Oferecimento

Mantenedores

Agências Mantenedoras

Entidades Apoiadoras