Não estou aqui para fazer amigos

Essa frase “não estou aqui para fazer amigos” é ou foi seu mantra?

Sempre olhei o trabalho conectado com o meu propósito, a minha habilidade a serviço das pessoas e achava que era sobre isso. Mas até assistir a palestra da Amy Gallo, não tinha concluído que a qualidade das minhas relações no trabalho também é um fator essencial para a satisfação no trabalho.

A palestra chamada “Getting Along: How to Work with Difficult People” – como trabalhar com pessoas difíceis – chama atenção porque sabemos o quanto nos incomoda quando temos alguma questão com alguém onde trabalhamos.

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Na pesquisa realizada, Amy Gallo disse que 80% das pessoas entrevistadas dizem trabalhar com pessoas muito difíceis, e o mais importante é que 83% delas dizem que isso afeta a qualidade do seu trabalho. Sim, a performance fica comprometida.

Numa outra pesquisa citada por ela, diz que os times que atingem melhores resultados quando se sentem conectados, quando se dão bem e são amigos. Isso é, a qualidade das relações no trabalho interfere diretamente no resultado.

Em seu livro, Gallo tem uma sessão que diz que o efeito das relações negativas são mais fortes do que as positivas. Para reforçar esse ponto, basta lembrar quais sensações nós experienciamos quando lembramos de uma pessoa que tem muita dificuldade de lidar no trabalho.

Ela fez essa pergunta durante sua fala no SXSW e muitos responderam:

  • Estresse
  • Ansiedade
  • Pânico
  • Frustração
  • Se sentem mal

Imagina trabalhar não só com uma, mas com algumas pessoas difíceis e passar por essas experiências toda semana. Nesse sentido, podemos notar que isso contribui para ambientes tóxicos e geram gatilhos para burnout, crises de ansiedade e outras questões que afetam o bem-estar.

Mas sabemos que esse processo não é simples. Lidar com pessoas difíceis não é somente encontrar estratégias para resolver a situação, mas também desenvolver um importante autoconhecimento para identificar onde a gente, possivelmente, contribui para uma interação de má qualidade. 

Ela nos lembra que nós temos sempre a nossa parte, e que nela é o lugar temos total controle. Isso é, as estratégias não são sobre mudar as pessoas, ou tentar fazer com que elas enxerguem que fazem mal para o ambiente de trabalho, mas sim, encontrar caminhos para neutralizar esse comportamento.

No livro, Gallo discorre 8 arquétipos de pessoas difíceis, entre elas: o chefe inseguro, o pessimista e o sei de tudo. O ponto não é encontrar o rótulo perfeito para aquela pessoa difícil que trabalhamos, pois em algum momento fomos (ou somos) um desses perfis (eu me identifiquei em vários), mas como podemos desenvolver melhor relações no trabalho, para que de fato nossa experiência seja prazerosa.

E por fim, encerro cm 4 princípios que são um pontos de partida para que possamos trabalhar as nossas relações no trabalho:

  1. Sua perspectiva é apenas uma das perspectivas;
  2. Isso não é uma batalha;
  3. Evite fofocas;
  4. Experimentar o que funciona para você e com você, se relacionar bem é uma atividade contínua.

O livro foi publicado no final do ano passado e não há ainda a versão em português, infelizmente. Mas para quem quer a versão em inglês, o título é: Getting Along – How to work with anyone (even difficult people).

Essa palestra foi a que eu mais gostei. SXSW me proporcionou experiências incríveis, contudo, ouvir essa palestra e conhecer este livro, foi muito importante para mim, pois “não estou aqui para fazer amigos” já foi sim, meu mantra.


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