Feedback: até quando é ruim, é bom
Começando jogando bem a real: feedback é sobre pessoas avaliando outras pessoas. E elas avaliam baseadas em seus contextos, posição, experiências e traumas profissionais (e pessoais também). E nem sempre o que é certo ou melhor para um, é certo é melhor para o outro. Saber dar e receber feedback tendo essa clareza é essencial. Sabe aquele ditado sobre separar o joio do trigo? Então…
Dito isso, vamos aos fatos: cada vez mais, o feedback está presente na cultura das empresas e no dia-a-dia de seus colaboradores. Embora seja uma ferramenta (poderosa) de autoconhecimento e evolução, sendo adotado para reforçar comportamentos, reconhecer pontos positivos ou apontar oportunidades de melhorias, o feedback pode causar ansiedade tanto para quem dá, quanto para quem se recebe. Por isso é extremamente importante o preparo para que ele seja conduzido da melhor maneira possível.
Recebendo feedback
Receber feedback é uma oportunidade única de entender o caminho que estamos seguindo. Vamos chegar aonde queremos? Estamos indo na direção certa? É preciso fazer algum ajuste na rota?
Feedbacks positivos se tornam reconhecimento e motivação. Feedbacks construtivos, ou seja, aqueles que apontam necessidades de melhorias e ajustes, nos ajudam a aprender e evoluir. É importante estarmos sempre abertos a recebê-los, entendendo que o fundamento do feedback é sempre causar um impacto positivo. E não levar para o pessoal, caso o feedback não agradar.
Pedindo feedback
É da nossa natureza querer ouvir pessoas que são mais próximas e tem um convívio maior com a gente. De uma certa forma, elas tendem a ter opiniões e visões parecidas com a nossa. O perigo de só receber feedback de pessoas que tenham o mesmo ponto de vista e que talvez esse feedback venha enviesado, podendo não te provocar a enxergar a situação de um prisma diferente.
Se você quer ter um entendimento sob uma perspectiva diferente, idealmente o pedido de feedback deve ser direcionado para pessoas que te provoquem de alguma maneira, que te tirem da sua zona de conforto. São elas que poderão agregar de maneira construtiva na identificação de melhorias.
Dando feedback
Sempre que tiver oportunidade ou sentir que é o momento, dê feedback. Mas tenha o contexto completo, uma visão realista da situação. Tanto positivo, quanto negativo, permitindo com que a pessoa tenha clareza de saber onde está acertando e/ou errando. Sabendo disso, a própria pessoa pode se auto-avaliar de tempos em tempos.
Para que a experiência de dar feedback seja uma experiência positiva, seguem abaixo algumas dicas de como se preparar para esse momento:
1- Preparação: construa uma relação de confiança e deixe claro que o objetivo do feedback é o desenvolvimento de quem o recebe.
2- Peça uma autoavaliação: dê a oportunidade para que a pessoa faça uma reflexão de seu desempenho, entender como ela se enxerga na situação.
3- Comece pelos pontos positivos: reconheça o que é positivo na pessoa para só depois começar a detalhar os pontos a serem melhorados.
4- Seja preciso: fale de fatos e dados, se possível, cite exemplos. Aqui é importante lembrar que fato é diferente de opinião. Evite usar terceiros para validar seus pontos. Feedbacks baseados em opiniões de outros pode ser fofoca. Lembre-se: quem está dando o feedback é você.
5- Ajude a encontrar a solução: entendendo que o feedback é uma ferramenta de desenvolvimento, se coloque à disposição para ajudar na construção das ações.
6- Escute e deixe o caminho aberto para um papo adicional: depois que o feedback for entregue, esteja disposto a ouvir o que a pessoa tem a dizer e esclarecer eventuais dúvidas. Algumas pessoas precisam de um tempo para absorvê-lo e deixá-lo reverberar dentro de si. Nesses casos, coloque-se à disposição para uma outra conversa assim que a pessoa se sentir mais confortável.
E como bem disse meu líder em uma reunião de equipe: “Feedback é pão quentinho precisa ser dado antes que esfrie”. Não deixe passar uma oportunidade de dar ou pedir feedback.