Retrospectiva 2021: O que rolou no ano do GP, by: Nathália Beividas

Vivemos mais um ano atípico. Descobrimos novas formas de gerir e lidar com sentimentos e situações jamais vistas antes. Em meio a tantas mudanças em nossa rotina, a única certeza que fica, é que nunca mais seremos os mesmos.

O final de 2021 se aproxima, e para finalizar com chave de ouro, entrevistamos alguns gestores de diferentes áreas com a intenção de descobrir como foi o ano na percepção de cada um deles, afinal, somos seres únicos e a vida aconteceu de maneiras diferentes para cada um de nós.

A convidada da vez foi a nossa colunista e Diretora de Projetos na CP+B Brasil Nathália Beividas.

Confira a entrevista logo abaixo.

  1. O que você mais valoriza no estilo das lideranças atuais?

    Nos dias atuais e no cenário de Home Office, a transparência e confiança são fundamentais. É preciso confiar no time, saber que cada pessoa tem, fora dali, uma vida pessoal, respeitar os horários de trabalho e, acima de tudo, ser transparente com a equipe para que eles sejam com você também. Uma liderança que cobra demais, que exige que o funcionário prove que está trabalhando de alguma forma, desmotiva o time e limita o desenvolvimento.

    O liderado, por sua vez, precisa ser responsável, fazer as entregas corretamente e acionar o líder quando precisar de suporte

  2. Após tantas mudanças, de acordo com a sua experiência, qual é a habilidade mais desejada para se tornar um gerente de projeto de sucesso?
    Nos últimos tempos a palavra que eu mais ouço é VISIBILIDADE. Com a distância entre as pessoas, o time pede visibilidade de tudo o que está acontecendo: datas, entregas, aprovações, orçamentos. Vejo que nesse período em que trabalhamos longe, o papel do GP se intensificou no sentido de criar rotinas e documentos que facilitem a visão dos projetos para as demais áreas. Não se trata apenas de cronograma com datas fixas, mas também as possíveis negociações que ocorrem no processo, o status de entrega de cada item de cada área e a integração com tráfego e criação. Mais que gerenciar o projeto, hoje precisamos também gerenciar a ansiedade que a distância gera em todos.

  3. . Como um líder pode dividir o tempo entre a gestão do time e as próprias tarefas?

    Essa pergunta é bem difícil de responder com precisão, pois trabalho diariamente para evoluir neste tópico. Eu dou muita autonomia para o meu time realizar suas tarefas, pois confio muito nas pessoas que trabalham comigo, mas quando percebo que estou muito ausente, sinto culpa por não olhar de perto para determinado cliente ou projeto e acabo voltando para o dia a dia.

    Para a minha organização, procuro bloquear 1h por dia para realizar minhas próprias tarefas: fazer reuniões gerenciais (que não estão ligadas a nenhum cliente ou projeto), atender parceiros novos e conhecer mais pessoas do mercado, fazer avaliações de feedback e Plano de Desenvolvimento Individual.

    Os e-mails são respondidos quase que prontamente durante o dia, pois não consigo acumular muita informação na Caixa de Entrada. Meu objetivo é sempre finalizar o dia com as pendências resolvidas ou endereçadas.
  4. O que você aprendeu neste ano e que irá levar para o resto da vida? Este aprendizado teve impacto em seu trabalho?

    Aprendi a priorizar minhas tarefas e fazê-las com atenção plena, uma de cada vez. E sim, isso impacta positivamente tanto no pessoal quanto no profissional. 

    Escolher os momentos de dizer não, abrir mão de muitos compromissos no mesmo dia, dividir tarefas com outras pessoas e dar a elas autonomia para resolver.

    Quando eu priorizo o que vou fazer, consigo colocar mais energia naquilo e realizar com mais qualidade.

  5.  O que você acha que as pessoas não esperam mas deve ser tendência em 2022?

    Não acho que será novidade, mas 2022 promete uma nova adaptação das empresas/agências que estão buscando modo híbrido de trabalho. Um modelo que pode ser sucesso, se bem trabalhado, ou causar muitos problemas na operação. Lidar com pessoas em ambientes diferentes pode ser bem complexo. 

    Já existem hoje algumas consultorias de gestão de projetos (inclusive dentro do Mestre GP) que estão cada vez mais sendo procuradas pelas empresas, pois trazem um olhar de fora, isento de qualquer histórico da empresa e imparcial com relação às áreas. Esse olhar é super importante para conseguir detectar dificuldades na operação e acredito ser fundamental para o modelo de trabalho híbrido.

  6. Na sua opinião, qual a relação entre sucesso profissional e vida pessoal? 

    Priorizar aquilo que faz mais sentido para você naquele momento. Todos falam de equilíbrio, meio lá/meio cá e eu discordo um pouco dessa divisão 50/50. Existem momentos em que você quer se dedicar mais ao trabalho, entregar um projeto grande e o fato de fazer algumas horas a mais na semana não te incomoda. Em outros momentos você pode querer focar na saúde física/mental, na família, em aprender algo novo, fazer um curso. Eu priorizo o que faz mais sentido pra mim naquele determinado momento. E essa conta pode ser 80/20, tanto para o lado profissional, quanto para o pessoal. Uma vez ouvi em uma palestra da agência algo que eu levo comigo: “Não é que você não tem tempo para isso. É que isso não é prioridade para você agora.”


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