Accessibility First: O que é e por que precisa estar em seus projetos digitais?
O Brasil figura entre os países que mais acessam a internet no mundo; é o 3º país com mais usuários ativos no Instagram; possui canais e vídeos do YouTube com enorme audiência diariamente; e, mesmo diante de tudo isso e muito mais, apenas 1% dos ativos digitais (sites, sistemas, lojas virtuais, aplicativos…) são acessíveis!
Segundo dados levantados em 2019 pelo IBGE, pelo menos 45 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência, quase 21% da população do país.
Em um momento em que inclusão e diversidade estão cada vez mais em pauta nas empresas, colocar o Accessibility First em prática nos seus projetos digitais é, além de algo que agregue valor à marca por se tornar uma empresa inclusiva, uma estratégia comercial.
O que é o Accessibility First?
O termo Mobile First vem sendo muito utilizado nos últimos anos por conta do aumento avassalador de acessos à internet em dispositivos móveis. Mas, como dito acima, esses sites ou apps quase nunca são acessíveis. Para mitigar esse problema, é necessário incluir a acessibilidade digital no backlog e iniciar os desenvolvimentos dos projetos digitais já com as melhores práticas de acessibilidade, portanto, pensar em Accessibility First.
Por que ser acessível?
Aumento de valor da marca
Marcas acessíveis e inclusivas tem um melhor apelo junto ao público (tanto a pessoa com deficiência em si, quanto seus amigos, familiares e população em geral), o que acarreta em sua valorização e posicionamento perante o mercado.
Estratégia comercial
Há mais de 45 milhões de pessoas no Brasil com algum tipo de deficiência ou dificuldade – idosos, por exemplo – que têm a necessidade (e direito) de navegar livremente pela internet. Estas pessoas controlam mais de R$ 22 bilhões em renda anual e podem ser consumidores da sua marca, caso consigam acessar e consumir seus produtos/serviços online.
Otimização do website
Ativos digitais que são programados utilizando as melhores práticas de acessibilidade, tem uma melhor pontuação de SEO (Search Engine Optimization), portanto, é melhor rankeado em sites de busca como o Google.
Lei Nº 13.146/2015
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (13.146) de 2015, diz que “É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet mantidos por empresas com sede ou representação comercial no País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiência, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas internacionalmente.”. Como no caso da LGPD, esta Lei tende a ficar mais rígida com o passar do tempo e poderá acarretar em multas para empresas que não se adequarem à acessibilidade digital, como tem acontecido nos Estados Unidos e Canadá.
Já em 2021, alguns e-commerces estão sendo obrigados pelo Ministério Público Federal a corrigir diversas falhas em seus ativos digitais, e é questão de tempo que seja exigido que todos os sites, apps e sistemas sejam regularizados.
Conclusão
A pandemia do Covid-19 acelerou e forçou a transformação digital das empresas ao mesmo tempo que deixou as pessoas mais dentro de casa com acesso a internet quase 24h por dia. Pessoas de todas as classes sociais, gêneros, raças e, obviamente, das mais diversas necessidades especiais.
Ser acessível digitalmente é algo que precisa estar na pauta de todas as empresas e não apenas ser um diferencial dos ativos digitais. Democratizar a internet é a coisa certa e inteligente de se fazer.
André Pandaléo
CEO @ bauc.ag