[GP de A a Z] Aprendendo a utilizar a técnica de “Estória de Usuário” dentro da metodologia ágil

A Estória de Usuário captura o “quem”, “o quê” e “por quê” dos consumidores e ajuda quem quer implementar a metodologia ágil na sua agência

 

Por Gabriel Dias* e Gabriela Manzini**

A Estória de Usuário, ou User Story, é a técnica de descrever a necessidade do usuário do produto de forma simples e leve com a utilização de metodologia ágil. A Estória de Usuário surgiu do método XP (Extreme Programming) e foca mais na comunicação pessoal.

Podem ser idealizadas diversas estórias de usuário, na qual, cada estória precisa resolver um “problema”, conforme descrito abaixo.

O método busca resolver a fórmula: Como <ator>, quero/posso/preciso <ação> para <justificativa>

Ou seja, é a conciliação do Ator (quem vai receber o benefício?), a Ação (o que pode ser feito, o que quero que seja feito?) e a Justificativa (o motivo para fazer aquilo).

O importante é que todas as estórias respondam a regra INVEST:

Independentes: uma estória de usuário não deve depender da outra para acontecer;
Negociáveis: não ser obrigatório uma estória ser finalizada para que outra aconteça, permitindo dessa forma maior flexibilidade de trabalho;
Valorosa: o quanto ela traz para o objetivo global [valor];
Estimável: ser possível mensurar [complexidade];
Small (pequenas): que sejam entregues rapidamente, dentro de um período determinado (sprints);
Testável: tem que ser possível ser testado para permitir feedback contínuo e entrar novamente no ciclo.

 

Como trabalhar as Estórias de Usuário dentro da metologia ágil

Uma vez definidas as estórias dos diferentes usuários – pode chamar aqui de “persona” também -, existem diferentes maneiras de estabelecer quais devemos priorizar ou a sequência de como colocá-las em prática para resolver os problemas que elas mencionam. A escolha de como fazer isso pode depender do tamanho da sua equipe, prazo e área de atuação. Veja a seguir dois exemplos:

Poker Planning

É a técnica com cartas, baseada no jogo de Poker, para decidir ideias que são mais viáveis. São realizadas rodadas até chegar a um consenso. O problema da técnica é que pode demorar. O modelo é muito utilizado para a área de tecnologia.

Value Score

A técnica foi desenvolvida por Ramon Oliveira e Fabio Pitorri para o Mestre GP e consiste em um grid com metodologia comparativa e estimativa dentro de 2 eixos. Em cada bloco, é importante qualificar a estória de usuário de acordo com a dificuldade e o valor do problema. Com o quadro, fica mais fácil e ágil o processo de escolha.

 

Dicas para utilizar a Estória de Usuário no backlog de produto

1- Para definir prioridades, normalmente, os métodos ágeis são medidos pelo tempo viável da utilização do squad definido, e não tanto pelo budget disponível. Ou seja, pensamos no tempo que aquele time de pessoas vai realizar as tarefas para completar a missão de solucionar aquela estória do usuário. Para isso, é possível calcular a capacidade produtiva a partir do histórico de equipes. Se está começando a rodar o modelo, utilize uma equipe que já conhece para estimar. Com as primeiras rodadas, fica mais fácil calibrar a velocidade do time.

2- Não tire pessoas do squad para concorrências da agência: você não terá os principais benefícios de se trabalhar com metodologia ágil agindo dessa forma . Ter uma equipe que trabalha de forma perene vai estimular a iteração e o entrosamento das pessoas, a equipe irá dar feedbacks espontâneos e isso funcionará organicamente. Evite modificar tamanho e composição das formações. O ideal são de 5 a 10 membros no time.

3- Depois de definir o backlog priorizado (na qual já se consideram as estórias de usuário que serão trabalhadas), colocam-se as estórias por pontos de cada sprint. Aqui, é bacana calcular quantos pontos serão necessários em cada sprint e seu total no projeto. Em seguida, definem-se as tarefas no Kanban. Utilize sprints de uma ou duas semanas preferencialmente. No máximo, quatro semanas.

4- A sprint é blindada: não devemos mudar o backlog da sprint durante a execução.

>> Leia ainda: “Metodologia ágil: o que você deve fazer para transformar o seu negócio?

*Gabriel Dias é jornalista formado no Centro Universitário de Brasília – UniCEUB. Analista de Comunicação no Digitalks, Gabriel também tem experiência nas áreas de jornalismo político. Trabalhou em agências de comunicação e na Câmara dos Deputados. Gosta de produzir conteúdos digitais e foca no Marketing Digital.
**Gabriela Manzini é jornalista formada pela Universidade Metodista de São Paulo, trabalha com comunicação desde 2008 e é especialista pós-graduada em Comunicação Corporativa pela Cásper Líbero com nanodegree em Marketing Digital. Atua hoje com comunicação estratégica, marketing digital, especialmente marketing de conteúdo e inbound. Em suas passagens por agências de comunicação e marketing, já atendeu clientes como Microsoft, Philco, Wacom Brasil, Toshiba Brasil, Citibank, Credicard Hall, Omron, Internacional Shopping Guarulhos, e os cantores Fábio Jr. e Paula Lima. Na área corporativa, trabalhou no departamento de marketing da Shoestock e é a atual Head de Conteúdo do Digitalks, empresa do grupo iMasters, referência em marketing digital no Brasil. Possui ainda expertises em planejamento estratégico, design thinking para inovação, comunicação interna e endomarketing, além de prestar consultoria em mídias sociais para pequenos negócios.

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