O real valor do tempo
Paulo Martinez, COO da Ginga e membro do Comitê de Inovações Mestre GP, compartilha uma reflexão sobre qual o real valor do tempo que tanto se busca nos dias atuais.
Vivemos tempos frenéticos, a vida e a sociedade se movimentam em altíssima rotação, as mudanças são exponenciais, tudo é pra já! “Tempo é dinheiro”, diz a consagrada frase de Benjamin Franklin, que desde o século dezoito virou mantra no mundo dos negócios.
O tempo é, hoje, nossa principal unidade de medida: não perder tempo, ter tempo, usar bem o tempo, dar um tempo, não deu tempo. Ops, não deu tempo? Essa sim é a frase mais usada no mundo dos negócios e, porque não, da vida.
A habilidade em lidar com o tempo de forma equilibrada afeta diretamente a satisfação, a qualidade e a produtividade com o trabalho ou qualquer outra atvidade.
A patologia humana está em correr atrás do tempo, literalmente, o tempo todo. Não paramos para refletir sobre o que estamos fazendo, não usamos o tempo de forma estratégica e inteligente, usamos o tempo de forma tática, burra.
Vale observar com atenção como as atitudes do ser humano se dão na esfera sutil. A antroposofia, por exemplo, tem em sua visão do homem integral, a representação por três dimensões: o pensar, o sentir e o querer (ou agir).
Será que estamos perdendo a capacidade de pensar e de sentir? Partimos diretamente para a ação achando que ganhamos tempo, quando, na verdade, nunca o encontramos.
No mundo atual, criou-se a sensação de que estar sempre ocupado é algo bom, de que estar em reuniões é estar sempre ocupado, de que o sem número de tarefas menores fazem um dia cheio. Estamos satisfeitos, nos enganando, por ter tido um dia cheio, cheio de ações sem valor.
Vale a reflexão: trabalhar no automático não é a mesma coisa que gerar valor. Gerar valor é partir da essência, é pensar e sentir antes de somente agir.
Portanto, antes de começar a se afogar no dia-a-dia, pense, sinta, entenda o propósito (ou a falta dele) naquilo que ocupa a sua energia.
Ainda dá tempo!
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“A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…”
(O Tempo, por Mario Quintana)
Texto produzido para o LinkedIn, acesse!